Antiga Província de Madras
A raça Nelore começou a se destacar
Touro Karvadi, na linhagem Nelore Brasileira.
Histórico da raça
Acredita-se que a raça Nelore seja descendente do rebanho indiano Ongole, animal comum na antiga Província de Madras, atual estado de Andhra Pradesh, localizada na costa oriental da Índia. O grande motivo pelo qual este bovino em terras brasileiras passou a se chamar Nelore é devido ao município de Nellore, que atualmente é o quarto mais populoso de Andhra Pradesh. Portanto, foi exatamente nesta região que foram encontrados alguns dos primeiros animais importados de tal raça para o Brasil no final do século XIX e início do século XX. Entre os anos de 1875 a 1891, os pecuaristas brasileiros tiveram uma visão mais ampla da parte econômica dos bovinos zebuínos. No entanto, foram trazidos da Índia alguns reprodutores criteriosamente selecionados por pecuaristas brasileiros, entre eles o criador Manuel Hubelhart Lemgruber, que é o responsável pela chegada de animais da raça Nelore, possibilitando a diversificação da espécie no Brasil. Quando os primeiros importadores brasileiros começaram a ir diretamente à Índia, num período que durou dos últimos anos do século XIX até a década de 1920 foram importados animais das raças Gir, Nelore e Guzerá, bem como de outras raças zebuínas que não tiveram sucesso no Brasil. Durante dez ano as importações foram interrompidas, porém em 1930 Francisco Ravísio Lemos e Manuel de Oliveira Prata conseguiram licença para importar um lote de quase 200 animais, com a exigência de que os mesmos permanecessem por cerca de 3 meses em quarentema na ilha do Governador-Rio de Janeiro. Contudo, eram poucos os criadores, especialmente alguns do estado da Bahia, Rio de Janeiro e também do Triangulo Mineiro que interessaram pela raça Nelore.
Portanto, este contexto teria de mudar radicalmente, e foi especialmente na década de 1960, quando houveram as mais impactantes importações de Nelore para crescimento da raça no Brasil, merecendo destaque a chegada do touro Karvadi, tido como o “pai” da linhagem Nelore Brasileira. Esse touro foi trazido pelo Médico Veterinário José Deutsch e José Dico a serviço do grande pecuarista Torres Homem Rodrigues da Cunha, acompanhado de outros animais com boas características, tendo como importância um aspecto favorecido por observações de critérios de seleção que estavam sendo desenvolvidos desde os anos de 1930. Junto a essa importações, destacam-se outros fatores que de alguma forma favoreceram a difusão do Nelore em grande parte dos pastos brasileiros, como: a utilização da inseminação artificial, formação de pastagens melhoradas e a expansão da fronteira agrícola para a região Centro-Oeste e partes da região Norte. Merecem destaque os grandes genearcas da raça, a exemplo de Karvadi, Taj Mahal, Golias Rastã, Godhavari, Akasamu e Padhu, que ajudaram na base formadora das principais linhagens do Nelore até os dias de hoje, assim como de outros touros e das vacas advindas da Índia, que foram importados para padronização da raça no Brasil.
No período de 1939 a 1945 durante a II Guerra Mundial, houve o crescimento da bovinocultura, devido a Europa precisar importar o produto cárneo, e o Brasil foi visto como produtor forte de carne a pasto. Tendo em vista a este aspecto, grandes indústrias do ramo frigorífico se instalaram no Brasil, como a Anglo e a Swift. A partir desse período, a raça Nelore começou a se destacar pela sua resistência e melhor produtividade em comparação às variadas raças já existentes no país. Segundo a ABCZ (2007), a raça Nelore é responsável por cerca de 80% da produção industrial de carne no Brasil, sendo considerado o segundo maior produtor e o maior exportador mundial deste produto.
LINHAGENS DA RAÇA NELORE
O melhoramento da bovinocultura de corte ocorre em todas as raças, mas no Brasil a raça que tem ganhado destaque é a Nelore. O rebanho Nelore brasileiro descende de poucos genearcas, e a maioria deles foram importados da Índia, a partir da década de 1960. Porém, ao utilizar esses genearcas e seus descendentes, houve aumento do processo de endogamia nos animais, necessitando atenção e ações
corretivas dos criadores, para que a raça não perca as vantagens em relação a rusticidade, fertilidade e produtividade.
O genearca Karvadi foi introduzido no Brasil em 1963 pelo selecionador Torres Homem Rodrigues da Cunha, proprietário do plantel VR (Nelore Base Genética e Evolução Seletiva no Brasil)
Esse touro teve várias premiações dentre elas, foi tetracampeão da Índia e supercampeão da Ásia, sendo o genearca que mais contribuiu no quesito proporção de genes para a população de genes de animais da Raça Nelore em todo Brasil. Karvadi era considerado o animal ideal para padrões fenotípicos da época, sendo considerado o touro que mais se assemelhava ao padrão brasileiro
Figura 1 Karvadi Imp.
Fonte: OLIVEIRA et al. (2002).
Segue alguns descentes dessa linhagem sendo representado pelos touros Chumaça, Evaru, e Dumu, filhos das matrizes Langri Imp., Sanobar Imp., Mara Imp. (OLIVEIRA et al.,2002).
Chummak POI VR, Filho do touro Karvadi Imp.
Ludy de Garça, filho do touro Gim de Garça e Dingo OB, Família Evaru SC. Fonte: OLIVEIRA et al. (2002)
De acordo à ABCZ (2007) dentre as principais características fenotípicas mais importantes e visualizadas nos descendentes da linhagem Karvadi, destacam-se: (CRPBZ, 2015).
• Boa caracterização racial;
• Musculatura compacta, bem equilibrada;
• Cascos grandes e resistentes;
• Constituição robusta, ossatura forte e bem equilibrada;
• Temperamento ativo;
• Umbigo reduzido
Em 1963 o Genearca Taj Mahal foi introduzido no Brasil, através do selecionador Veríssimo Costa Junior. Os pecuaristas destacaram esta linhagem por apresentar um excelente posterior, uma linha perfeita de dorso, sendo que a maior contribuição foi de seu principal descendente, o touro Taj Mahal I. (OLIVEIRA et al.,2002).
Taj Mahal Imp. Fonte: OLIVEIRA et al. (2002).
Linhagem Taj Mahal: a) Taj Mahal I, Filho do touro Taj Mahal Imp.; b) Iguaçu da Pegador, filho do touro Taj Mahal I. Fonte: OLIVEIRA et al. (2002).
Segundo as opiniões dos técnicos da ABCZ as principais características fenotípicas observadas nesta linhagem são: (CRPBZ, 2015).
• Carcaça comprida;
• Boa pigmentação da pelagem
• Boa conformação de garupa, osso sacro comprido e não saliente;
• Boa inserção de cauda;
• Temperamento dócil.
O Genearca Golias foi introduzido no Brasil em 1963, pelo selecionador Torres Homem Rodrigues da Cunha, e dentre os touros importados, foi considerado o mais pesado, tendo ganhado importantes prêmios, dentre eles, recordista de peso na Índia. (CRPBZ, 2015i).
Linhagem Golias, touro Faulad da SC filho de Golias Imp. Fonte: OLIVEIRA et al. (2002).
Dentre as principais características fenotípicas observadas pelos técnicos da ABCZ, podemos destacar (CRPBZ, 2015j).
• Constituição robusta e ossatura forte;
• Temperamento dócil;
• Acabamento de carcaça precoce, com musculatura bem desenvolvida;
• Boa habilidade materna;
• Bom arqueamento de costelas com tórax amplo;
• Alta rusticidade.
O Genearca Godhavari foi introduzido no Brasil em 1963, pelo selecionador Rubens de Andrade Carvalho. O reprodutor Godhavari teve importância principal na melhoria da raça Nelore Mocha, destacando os touros: Folguedo OB, Calmante OB, Lajedo OB e Dalamu OB (OLIVEIRA et al.,2002).
Linhagem Godhavari, touro Dalamu OB. Fonte: OLIVEIRA et al. (2002).
Outro Genearca importado por Torres Homem Rodrigues da Cunha, em 1963, foi o touro Rastã, sendo que esta linhagem apresenta apenas um desentende o Touro Eeral. (OLVEIRA et al.,2002).
Linhagem Rastã, touro Eeral SC, filho de Rasta Imp. Fonte: OLIVEIRA et al. (2002).
Os animais dessa linhagem gerou: (OLIVEIRA et al.,2002).
• Fêmeas pesadas e férteis;
• Pigmentação firme em animais de pelagem branca;
• Boas matrizes
Animais importados pelo selecionador Torres Homem Rodrigues da Cunha e posteriormente adquiridos pelo criador Miguel Vita na Bahia, onde se buscou nestes animais unir as características desejáveis, onde o Padhu apresentava um bom comprimento de carcaça e o Akasamu constava uma boa estrutura óssea e uma musculatura bem desenvolvida. (OLIVEIRA et al.,2002).
Linhagem Akasamu e Padhu, touro Usuki da Soraya, filho de Akasamu Imp. Fonte: OLIVEIRA et al. (2002).
A estação experimental de Zootecnia, considerado o Instituto de Zootecnia mais antigo e importante área experimental da raça Nelore no Brasil, desde 1951, mantém rebanho da raça Nelore, e realizam anualmente prova de ganho de peso de reprodutores de avaliação genética de animais de raça de corte. A Fazenda Manah localizada na cidade de Uberaba- Minas Gerias é selecionador do Nelore da Linhagem Lemgruber, que são animais férteis, de temperamento dócil e animais pesados. Seu grande representante é o touro 1646 da MN, que possui todas características citadas (OLIVEIRA et al.,2002).
Linhagem Lemgruber, touro 1646 da MN. Fonte: OLIVEIRA et al. (2002).
A linhagem Nova opção foi derivada do material genético buscado por pecuaristas tradicionais que ainda acreditava na Índia que tinha touros reprodutores com um bom material genético da raça Nelore, sendo que essas importações ocorreram sem autorização do MAPA no período de 1978 a 1980.Foram realizados trabalhos em rebanhos fechados, com acasalamentos direcionados, tento resultados positivos, onde teve matrizes com um bom ganho genético (OLIVEIRA et al.,2002).
Linhagem Nova Opção, touro Farjado da GB. Fonte: OLIVEIRA et al. (2002)
Evolução do Nelore
Com a criação dos registro genealógico no século XX a raça Nelore passou pela importante fase de consolidação do padrão racial. Com todos os possíveis erros e acertos inerentes ao processo dinâmico de descobertas, a seleção para compra dos animais na Índia, os comerciantes de zebu e as exposições agropecuárias foram fundamentais para nortear a seleção empírica do nelore os comerciantes, com saldo positivo, já que a genética atual e diversificada que a raça apresenta advém desse cenário (KOURY et al.; 1990).
No final da década de 1960, iniciou-se a implantação das provas zootécnicas pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), e as características ponderais peso e ganho de peso foram eleitas como as prioritárias. No entanto, pouca ou quase nenhuma atenção era dada quanto a idade em que animais atingiam pesos recordes nem com relação ao tamanho dos indivíduos- cada vez maiores. Existiam a seleção para reprodução e habilidade materna por parte dos criadores, mais estas não eram as mais exploradas comercialmente (KOURY et al.; 1980).
Na década de 1970, mais especificamente em 1976, nasce o Touro Gim de Garça que vem a ideia fixa de que o bom era só o POI, logo em função de seus excelentes ganhos em peso nas provas oficiais, passou a ser utilizado até por criadores mais conservadores (FILHO et al.; 1990).
Essa nova onda consolida-se com o conceito do moderno novilho de corte, na década de 1980, descrito com longilíneo, geralmente grande aliado a uma obsessão das pistas de julgamento pelo das pistas em julgamento pelo padrão racial. Ainda na década de 1980, foi homologado pelo MAPA o primeiro programa para emissão de Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP) (LÔBO et al.; 2000).
Com o desenvolvimento dos programas existentes e também o surgimento de novos programas, as Diferenças Esperas nas Progênies (DEPs) popularizaram-se a partir do século XXI e um número maior de características passaram a ser mensurados, como Pesos ajustados para diferentes idades, Perímetro Escrotal, Habilidade, Escores Visuais, Características de Carcaça avaliadas por ultrassonografia, Período de Gestação, Idade ao Primeiro Parto, Temperamento, entre outras que estão nos programas de melhoramento oficializados pelo MAPA (SILVA et al.; 2006).
Nas décadas de 1990 e 2000 surgiram indícios de que os reprodutores campeões de pista não coincidiam com aqueles que se destacam em performance a campo e consequentemente em programas de melhoramento genético que ponderam características funcionais, e os grandes campeões já não eram tão cobiçados pelo mercado de sêmen como em tempo atrás. Tal conceito ficou mais evidente a partir de 2010, quando as estatísticas das centrais de IA evidenciavam grande domínio nas vendas de touros selecionados por avaliações genéticas em relação aos touros originários de pistas (MAGNOBOSCO et al.; 2001).
A seleção de animais geneticamente superiores baseada no mérito genético, a qual se escolhe os indivíduos que se tornarão os pais da próxima geração, promove alterações nas frequências dos genes de interesse e o consequente melhoramento genético que determina as características de importância econômica numa dada população (SILVA, 2008).
O perímetro escrotal é critério de seleção para a precocidade sexual tanto de machos e fêmeas e vem sendo selecionado ao longo dos anos. A precocidade é marcada pelo início da fase púbere de ambos os sexos, em que os machos apresentam libido e ejaculados capazes de emprenhar (SARREIRO et al., 2002) e as fêmeas o aparecimento de cio fértil determinado assim a probalidade de parto precoce (ELER et al., 2004).
Os registros de perímetro escrotal para a raça Nelore obtido na literatura são de mensurações ocorridas aos 365, 450 e 550 dias de idade, com médias variando de 20,9+2,26 a 28,32+3,2 (PEREIRA et al., 2000).
Os animais de origem zebuína tendem a ser mais tardio na sua idade a puberdade quando comparados aos animais taurinos, porém apresentam maior longevidade na sua vida produtiva (CARTWRIGHT et al.; 1980).
Alguns autores observaram a média da idade ao primeiro parto na raça Nelore, cujos valores variaram entre 34,4+2,75 a 45,14+10,83 meses (MERCADANTE et al.2000) e já em relação a estimativa da herdabilidade para a raça Nelore a idade ao primeiro parto variam de resultados baixo a moderadas, tento valores de 0,03 a 0,39, isto confirma que essa característica sofre uma ação ambiental, mais que pode haver suficiente variabilidade genética para obtenção de ganho por seleção, justificando sua inclusão em programas de melhoramento genético. Porém, os investimentos em melhorias nos manejos reprodutivo e nutricional podem reduzir a idade ao primeiro parto (GRESSLER et al.; 2005).
O peso do bezerro ao nascimento é uma característica muito importante ao ser associada à eficiência reprodutiva da vaca, pois bezerros muitos pesados podem elevar as incidências de distocia no momento do parto e bezerros muito leves têm maior probabilidade de mortalidade na fase pré desmama (LÔBO et al., 2010).
As médias do peso ao nascimento de bezerros Nelore encontrados na literatura variam de 29,8 a 32 kg (SCARPATI e LÔBO, 1999).
O Nelore do Futuro
Raysildo Lôbo (2017), presidente da ANCP, juntamente com a EMBRAPA Cerrados (DF), lançaram uma ferramenta para identificar animais da raça Nelore de carne macia, sendo a Diferença Esperada na Progênie (DEP) para maciez de carne (DMAC). No entanto, esta ferramenta permite comparar os animais do mérito genético e assim possibilitando a identificar os que são superiores para esta características, além de poder predizer a capacidade de transmitir a sua progênie com um valor de acurácia de 32% a 56% (SNA- Sociedade Nacional De Agricultura)
Foi o primeiro programa de melhoramento genético do País a usar esta metodologia, voltada para bovinocultura de corte, sendo que esta tecnologia já está presente no Sumário de Touros de agosto de 2017 (ANCP- Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores).
De acordo com Raysildo Lôbo (2017), é um novo marco para a raça Nelore, pois utilizando estas informações desses catálogos desses animais poderá contribuir para um aumento e melhor valor agregado a está carne brasileira, e ainda reforça que a DEP para maciez de carne, como qualquer outras características, deve ser utilizada de maneira comparativa, sendo assim animais que possuem DEPs com um menor valor irá apresentar melhor qualidade de carne macia que aqueles com DEPs maiores, logo na seleção de touros devem-se priorizar com um menor animais com menores valores e ainda utilizar preferencialmente os que tem DEP negativa para característica de maciez de carne (ANCP- Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores).
Outras duas novas DEPs para eficiência alimentar também foram implementadas neste programa de melhoramento genético Nelore Brasil da ANCP (2017); sendo elas: Consumo Alimentar Residual (CAR), e ingestão de Matéria Seca (DMIS) (SNA- Sociedade Nacional De Agricultura).
A baixa aceitabilidade de carne brasileira pelos consumidores internacionais está relacionado a falta de qualidade e padronização dessa carne produzida e em especial a maciez, sendo considerada o aspecto principal para efetuar este critério de avaliação da palatabilidade e qualidade da carne por qualquer consumidor (DANG et al., 2014). A produção de carne no Brasil é caracterizada por uma alta variabilidade da qualidade dessa carne, sendo explicada pela grande proporção de raças zebuínas nos rebanhos, uma vez que estes animais apresentam carne menos macia em relação as raças taurinas (BARENDSE et al., 2008), no entanto, Nelore possui valores de herdabilidade para a característica maciez bem similares as raças europeias (CASTRO et al., 2014).
Apesar da reconhecida importância dos programa de melhoramento no quesito maciez de carne (força de cisalhamento) em animais Nelore, sendo que o número de rebanhos estruturados e que se enquadra esta característica como objetivo de seleção é bem pequena. Este fato é devido a difícil mensuração da maciez para ser incluída nas rotinas de avaliação fenotípica, pois só pode mensurada após o abate desses animais o que dificulta e encarece a possível identificação de carne macia, assim irá limitar o almejado progresso genético. Além disso, a maciez é um fator multifatorial, tento uma alta capacidade biológica, podendo ser afetado por fatores ante mortem e post mortem (PARDI et al., 2005).
O investimento em um abordagem genômica, por meio da genotipagem de touros jovens para a predição do seu valor genético para a característica de maciez de carne, é uma ferramenta fundamental para na identificação de animais superiores, além de ser uma alternativa para se conhecer a variabilidade genética para a maciez de carne sem a necessidade de abater os animais, que poderiam ser utilizados como reprodutores em razão do seu elevado potencial genético para produção de carne macia (WHEELER et al., 2005).
A Guaporé pecuária S/A, detentora da marca OB é atualmente um dos poucos rebanhos que incluem a característica da maciez de carne como um dos métodos de critério de seleção e objetivo do melhoramento. Este grupo realiza pesquisa denominada Nelore OBChoice (SAINZ et al., 2005), onde tem como objetivo de caracterizar a progênie de touros representantes das principais linhagens da raça Nelore em relação a si mesmas em comparação aos cruzamentos entre zebuínos e taurinos. No entanto, as principais características avaliadas nesta pesquisa que estão incluídas foram o crescimento pré- e pós desmame, precocidade de acabamento, qualidade de carcaça e também a qualidade da carne, incluindo maciez com base na força de cisalhamento, sendo assim touros que tiveram 40% das progênie classificado como Choice tem a
capacidade de produzir uma carne de alto padrão de qualidade.
Atualmente, as medidas de eficiência alimentar mais utilizadas para a seleção de bovinos de corte são a conversão alimentar e a eficiência alimentar bruta. A principal desvantagem dessas medidas é que as mesmas são correlacionadas com o peso adulto, aumentando a exigência de mantença (ARTHUR et al., 2001).
As associações fenotípicas e genéticas entre as medidas de eficiência alimentar e de interesse econômico, como as características de carcaça e qualidade de carne devem ser bem definidas. Se houver alguma contradição entre essas variáveis, estes podem reduzir o benefício econômico alcançado pela seleção para diminuição dos custos com a alimentação animal. As correlações entre os valores genéticos estimados dos touros para CAR e estimativas ultrassonográficas de espessura de gordura subcutânea e área de olho de lombo sugerem que a seleção baseada unicamente me CAR podem resultar em mudanças na composição corporal e composição dos ganhos dos animais (RICHARDSON et al., 2001).
As correlações entre CAR e CMS para a raça Nelore estão na ordem de rp= 0,74 (FARJALLA, 2009). O valor de CAR e CMS similarmente entre 0,53 e 0,70 (HERD et, al.; 2000), sendo que apresenta valores de 0,36 (FARJALLA, 2009) e 0,25 (CORVINO, 2010) para bovinos da raça Nelore.
EVOLUÇÃO DA RAÇA NELORE NO BRASIL
FONTE: Créditos do texto e imagens: PABLO MACIEL SANTOS
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/186/o/Pablo_Maciel_Santos.pdf
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – CURSO DE ZOOTECNIA
Projeto Orientado apresentado à Universidade Federal de Goiás/ Regional Jataí.